No Sunscreen:  nova onda da Geração Z, que poderá trazer consequências desastrosas no futuro. Saiba mais!

Uma tendência que vem ganhando espaço nas redes sociais tem preocupados os dermatologistas. Vídeos com a #AntiSunscreen com milhões de visualizações, ou #NoSunscreen, com ainda mais visualizações, incentivam jovens (especialmente os da geração Z) a trocar o protetor solar por óleos e veículos vegetais como manteiga de “caritê”, ou ainda abandonar completamente o uso.

A desinformação é alarmante:  desorientar o uso em crianças?

Segundo a Academia Americana de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Dermatologia, 80% do dano solar ocorre até os 18 anos de idade. O uso de chapéus com aba que protegem também o nariz e as orelhas, camisetas (alguma inclusive com proteção solar incorporada nas fibras) e horários adequados para foto exposição são uma medida inteligente. O protetor solar, no entanto, é também um importante adjuvante nesta proteção, permite inclusive o banho de mar ou piscina com resistência à água em muitas formulações.

O papel do protetor solar:

Quando você usa um protetor solar de amplo espectro, FPS 30 ou mais e resistente à água, ele pode:

  • Reduzir o risco de desenvolver câncer de pele
  • Prevenir queimaduras solares
  • Diminuir sinais de envelhecimento precoce da pele, como rugas, manchas e flacidez
  • Evitar que o melasma existente escureça e que novas manchas apareçam
  • Reduzir o risco de manchas escuras após o desaparecimento de acne, psoríase ou outras doenças de pele

Muitos destes “posts” alarmistas, advém de algumas decisões do órgão regulador americano: “Food and Drug Administrations (FDA)”, equivalente à nossa ANVISA.

Estudos científicos comprovam os benefícios do uso de protetor solar quando se está ao ar livre. Por isso, a Food and Drug Administration (FDA) recomenda que os americanos usem protetor solar.

Em seu site, a FDA afirma: “Diante dos benefícios reconhecidos para a saúde pública do uso de protetor solar, os americanos devem continuar a usar protetor solar e outras medidas de proteção solar.”

A seguir seguem respostas para dúvidas, quanto ao risco e eficácia do protetor solar.

Por que o protetor solar é regulamentado pela FDA?

Nos Estados Unidos, o protetor solar é classificado como um medicamento de venda livre (OTC) — ou seja, um medicamento que pode ser comprado sem receita.

A FDA classifica como “medicamento” qualquer produto destinado a diagnosticar, curar, aliviar, tratar ou prevenir doenças. O protetor solar é considerado um medicamento porque pode:

  • Prevenir queimaduras solares
  • Reduzir o risco de câncer de pele (se for de amplo espectro)
  • Diminuir o envelhecimento precoce da pele (se for de amplo espectro)

A FDA é responsável por monitorar medicamentos de venda livre e determinar quais ingredientes são GRASE (Generally Recognized as Safe and Effective, ou seja, geralmente reconhecidos como seguros e eficazes).

Se os ingredientes de um protetor solar forem considerados GRASE, o produto pode ser fabricado sem passar por um processo individual de aprovação da FDA. Li recentemente que a FDA está analisando a segurança, eficácia e qualidade dos protetores solares.

Isso significa que o protetor solar é inseguro?

Não.

Revisar a segurança, eficácia e qualidade dos protetores solares faz parte das responsabilidades da FDA.

Os padrões da FDA para esses produtos são muito rigorosos, garantindo a segurança dos consumidores.

As recomendações atuais da agência são baseadas em evidências científicas recentes, e não há comprovação de que os ingredientes atualmente disponíveis nos EUA sejam prejudiciais à saúde humana.

Por que a FDA está revisando os protetores solares?

Essa revisão é uma boa notícia! Significa que a FDA está tomando medidas para garantir a segurança e a eficácia contínuas dos protetores solares e esclarecer possíveis confusões nos rótulos.

Entendo que a FDA solicitou mais dados sobre 12 ingredientes de protetores solares.

Devo parar de usar produtos que os contenham?

Não.

A FDA está solicitando mais dados sobre os seguintes 12 ingredientes antes de decidir se eles continuarão sendo classificados como GRASE: Comumente usados nos EUA: Ensulizol, octisalato, homosalato, octocrileno, octinoxato, oxibenzona e avobenzona.

Pouco usados nos EUA: Cinoxato, dioxibenzona, meradimato, padimato e sulisobenzona. Embora a FDA tenha pedido mais informações, não afirmou que esses ingredientes são inseguros, nem pediu ao público para parar de usar protetores solares que os contenham.

Um estudo recente da FDA analisou quatro desses ingredientes e concluiu que sua absorção pelo organismo justifica novas pesquisas para determinar se isso tem algum efeito sobre a saúde.

Os pesquisadores ressaltaram que o fato de um ingrediente ser absorvido não significa que ele seja prejudicial ou inseguro.

O mais importante: tanto os autores do estudo quanto a FDA concluíram que as pessoas devem continuar usando protetor solar para se proteger do sol. Se você ainda tiver dúvidas sobre a segurança dos protetores solares, consulte um dermatologista certificado.

Esses médicos estão familiarizados com as regulamentações e com os estudos científicos sobre protetores solares em geral. Se você percebeu alterações, não ignore.

 O Dr. Luis Fernando Tovo é médico dermatologista em São Paulo.