EPIDEMIA DE SÍFILIS

 

Nas recentes observações no  consultório venho observando um aumento de casos de Sífilis, também corroborado pela documentação de surtos regionais.

A Sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) que se apresenta em 3 estágios:

Primária: quando ocorre a primeira infecção na maioria das vezes por transmissão sexual. Clinicamente, manifesta-se por uma erupção (lesão elevada e muitas vezes ulcerada) nos órgãos genitais ou em locais (geralmente mucosas) onde houve o contato; chamada de roséola sifilítica.

Secundária: quando não tratada a Sífilis passa por um período de “latência”, manifestando-se tardiamente por erupções de cor vermelho “pálido” em áreas como a região peitoral e na palma das mãos (característica “patognomônica” ou de sinal diagnóstico importante).

Terciária: Caso o paciente não se submeta ao tratamento nas 2 formas anteriores pode ocorrer a Sífilis na forma terciária, com grande morbidade podendo correr acometimento neurológico e sequelas irreversíveis.

Apesar da gravidade, e por isso ser uma doença de notificação compulsória, o tratamento na maioria das vezes é muito bem sucedido com o uso adequado da Penicilina Benzatina (a famosa “Benzetacil”).

É necessário que se faça o controle de cura e a notificação dos contactantes com o paciente diagnosticado com Sífilis.

A Sífilis pode também ser transmitida ao feto: a chamada Sífilis congênita; podendo levar a sequelas e malformações no recém nascido.

UMA EPIDEMIA ATUAL

Podermos verificar que em 2022, o país bateu o seu recorde registrando 213.129 novos casos de sífilis adquirida, o que significa um aumento de quase 30% em comparação com o ano anterior.

Boletim de Sifilis no Brasil Imagem: Ministério da Saúde Ainda segundo o Ministério da Saúde, os casos de sífilis no Brasil se concentram entre homens das regiões Sul e Sudeste, notando-se na última década o crescimento mais expressivo entre indivíduos mais jovens.

Entre os adolescentes de 13 a 19 anos, por exemplo, a taxa de incidência da DST praticamente triplicou nesse período. O fato de haver regiões do país registrando taxas de incidência muito mais baixas que as mencionadas, gera a suspeita da possibilidade de haver uma epidemia silenciosa e descontrolada; por uma eventual falha na notificação da doença.

Uma forma de prevenção é o uso do preservativo, porém a Sífilis pode ser adquirida de outras formas como pelo contato na mucosa oral e outas partes do corpo.

É de extrema importância o diagnóstico e tratamento precoce; disponível também na rede pública de saúde.